Respondendo a dúvidas sobre tendinite e bursite do ombro, doenças inflamatórias que provocam dor e limitam movimentos.
Publicado em janeiro de 2022.
Por Fernando Cinagava, ortopedista especialista em ombro e cotovelo.
Bursite e tendinite no ombro são processos inflamatórios que surgem quando sobrecarregamos nossos braços.
Isso pode acontecer por conta de rotinas com movimentos repetitivos, muito esforço, traumas, envelhecimento ou até mesmo postura inadequada.
Chamamos de tendinite quando a inflamação é nos tendões e bursite quando é na bursa, o tecido que reveste os tendões.
Essas estruturas são muito suscetíveis a esse tipo de lesão e ocorrem também em outras articulações do corpo.
Os sintomas da tendinite e da bursite do ombro são parecidos.
Dor ao movimentar o braço, ao realizar esforço e, em casos mais avançados, dores até mesmo quando a pessoa está em repouso.
Por sentir dor, quem tem essas doenças acaba limitando os movimentos dos braços e atividades rotineiras ficam prejudicadas.
A avaliação de dor no ombro e o diagnóstico de bursite e tendinite deve ser feito pelo ortopedista.
O tratamento pode ser demorado e o sucesso depende muito do empenho do paciente em melhorar seu preparo físico e mudar de hábitos.
6 passos importantes no tratamento para tendinite e bursite do ombro.
Identificar o que está sobrecarregando os braços.
Identificar o que está sobrecarregando os braços.
Preste atenção na sua rotina e identifique o que provoca a dor no ombro.
Se trabalha sentado, digitando em computador, melhore a ergonomia ao máximo.
Use uma cadeira com braços de apoio e regulagem de altura, posicione teclado, mouse e monitor adequadamente.
Os braços devem ficar apoiados e relaxados.
Movimentos repetitivos com os braços, seja na digitação ou outro tipo de atividade, devem ser realizados respeitando um ritmo que não agrida seu corpo.
Não deixe de fazer pausas.
Cada pessoa possui um grau diferente de preparo físico e forçar um membro que já está inflamado e dolorido só agrava o quadro.
Se possível, alterne para outra atividade em intervalos de tempo.
A recomendação vale inclusive para o trabalho doméstico que, dependendo do esforço, também pode causar a tendinite e a bursite.
Aplicar compressas de gelo.
Aplicar compressas de gelo no ombro é uma medida eficiente para diminuir a inflamação.
O gelo causa a contrição dos vasos sanguíneos, diminuindo o inchaço e aliviando a dor.
O ideal é fazer as compressas no local da dor duas ou três vezes ao dia até melhorar.
Não aplique o gelo diretamente na pele para não causar queimaduras, use uma toalha para se proteger. Para potencializar o efeito da compressa fria, aplique uma pomada anti-inflamatória em seguida, massageando o local.
Usar medicamentos para dor com orientação médica.
Em muitos casos a dor da bursite e da tendinite é tão intensa que o uso de medicamentos é recomendado.
Eles reduzem a inflamação, aliviam a dor e permitem que o paciente continue com suas atividades.
Não se automedique, converse com o seu médico para que ele defina a melhor terapia medicamentosa. Tenha claro que o uso de medicamentos alivia a dor, mas não cura a lesão nas estruturas do ombro.
O tratamento envolve todo o conjunto de medidas.
Fazer fisioterapia.
A fisioterapia é parte fundamental para a recuperação do ombro.
As técnicas fisioterápicas ajudam na regressão da lesão e fortalecem o ombro.
Muitos pacientes não valorizam a fisioterapia, reclamam que são muitas sessões, acreditam que podem se virar sozinhos.
É um grave engano pensar assim.
Sessões de fisioterapia aumentam imensamente a eficácia do tratamento.
A chance de cura é muito maior.
Contar com acompanhamento de ortopedista.
O recomendado é passar por avaliação do ortopedista a cada dois meses. O tratamento é longo e o médico pode fazer ajustes na conduta caso não haja o progresso esperado.
Manter o preparo físico.
Após receber alta médica, o paciente deve continuar se exercitando para manter o braços e ombros saudáveis.
Quem não segue cuidando do preparo físico tem inflamação e dor de forma recorrente.
É simples entender o motivo.
A pessoa continua realizando as atividades que sobrecarregam o corpo sem se dedicar ao fortalecimento dele.
Ou seja, para não sofrer mais com tendinite ou bursite, o paciente tem que continuar se cuidando mesmo depois da alta…
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