Ruptura do Manguito Rotador - tratamento por cirurgia videoartroscópica

17 de dezembro de 2020

Os casos de ruptura do manguito rotador acontecem principalmente entre os 40 a 60 anos de idade, sem preferência de sexo ou raça. Ocorrem de forma degenerativa ou traumática.

Ruptura degenerativa faz a pessoa sentir dores mais leves no início e conforme o tendão vai rompendo, a dor vai aumentando, enquanto os de causa traumática a dor surge subitamente após algum esforço ou queda acidental.

Mas por que os tendões sem rompem?

Isso ocorre devido à degeneração tecidual que as fibras tendíneas de colágeno tipo 1 sofrem com o tempo de vida, falta de repouso adequado e excesso de uso dos ombros.

Juntando estas situações, o tecido tendíneo se enfraquece, perdendo o padrão fibrilar tecidual e formando um tendão desorganizado, devido às várias lesões ocorridas pelo esforço em que foi submetido.

É nesta fase de degeneração que ocorre a ruptura, seja traumática ou degenerativa, esta ocorre lentamente, rompendo gradualmente o tendão conforme ele é submetido à sobrecarga de uso ou aquela que ocorre abruptamente por um trauma que rompe totalmente o tendão que já está fragilizado pela tendinopatia.

Em ambos os casos o tratamento é o mesmo, uma cirurgia por videoartroscopia.

Cirurgia artroscópica ou videoartroscópica

A cirurgia artroscópica ou videoartroscópica do ombro já tem mais de 25 anos de história, mas em seu início havia poucas indicações, apenas para diagnóstico cirúrgico, não se conseguia fazer os reparos cirúrgicos com a tecnologia da época.

Mas com o passar dos anos os equipamentos e pinças cirúrgicas evoluíram até que hoje, toda lesão de tendões ou ligamentos podem ser reparadas por esta técnica de baixa agressão ao corpo.

As vantagens são notórias: menor dor pós-operatória, menor índice de complicações como infecção e deiscência de sutura (“abrir os pontos”).

Melhor visibilização das lesões articulares, sendo que muitas lesões que antes não eram tratadas puderam ser reparadas devido à possibilidade de acesso cirúrgico a locais onde dificilmente se conseguia chegar ou se evitava chegar devido à necessidade de se realizar grandes incisões.

A imagem em alta definição da microcâmera cirúrgica, também a evolução dos equipamentos e pinças cirúrgicas utilizadas proporcionam uma experiência visual mais detalhada das lesões em relação à visão do olho “nu”.

Temos como exemplo os reparos labrais ligamentares e as lesões do cabo longo do bíceps em sua faceta articular, que antes do advento da artroscopia, simplesmente não eram tratadas, mas hoje, são tratadas com alto índice de sucesso.

A técnica artroscópica consiste na realização de pequenas incisões no ombro, os “portais”, pois é por onde introduzimos os materiais artroscópicos para acessar a articulação.

Normalmente são feitos 2 ou 3 portais de 8 a 10 mm de extensão para a cirurgia do ombro. Para este procedimento é recomendada a anestesia geral.

A sutura da lesão do manguito rotador é feita através de âncoras, isso porque o tendão deve ser suturado no úmero, onde a fixação precisa ser firme para que o tendão se fixe ao osso.

É recomendado o uso de tipoia por 4 semanas e em seguida iniciado o tratamento com fisioterapias. O tempo médio de recuperação varia entre 3 a 6 meses pós-cirurgia.

Orienta-se a diminuição do esforço com o braço, para evitar nova ruptura.

Manter também uma disciplina de exercícios para o fortalecimento do manguito rotador continuadamente, preservando assim, sua capacidade física.

Caso seus sintomas se pareçam com estes citados procure ajuda médica para o diagnóstico correto e assim realizar o seu tratamento adequado.

Como é o tratamento para a ruptura do manguito rotador do ombro?