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6 meses de tratamento chegou a hora de comemorar a recuperação total.
Publicado em janeiro de 2022.
Por Fernando Cinagava, ortopedista especialista em ombro e cotovelo.
Estou finalizando o período de recuperação da cirurgia do meu ombro.
Em julho de 2021 sofri uma lesão jogando tênis.
Tive que ser operado para reparar o tendão subescapular, que faz parte do conjunto de tendões do manguito rotador do ombro.
O manguito rotador estabiliza a cabeça do osso do braço (úmero) na articulação do ombro e permite os movimentos de rotação.
O tendão que rompi está ligado ao músculo subescapular, um rotador interno.
Ele é muito importante para a mobilidade, contribui para os movimentos de elevar e baixar os braços lateralmente.
Fiz uma série de vídeos no meu canal no YouTube sobre a experiência inédita para mim.
Eu, ortopedista e cirurgião especializado em ombro e cotovelo, virei paciente.
Se você ainda não viu os vídeos anteriores, assista já.
No primeiro vídeo, falo sobre a experiência da cirurgia e os primeiros dias do pós-operatório.
No segundo vídeo conto sobre a fisioterapia do primeiro ao terceiro mês de recuperação.
Agora, no terceiro vídeo, o foco é a fase final de recuperação que vai do quarto ao sexto mês do pós-operatório.
Normalmente, após um total de 6 meses de reabilitação alcançamos a recuperação completa.
E assim, felizmente, aconteceu comigo.
Neste período, as atividades cotidianas já não incomodavam mais.
Dirigia meu carro, escrevia, fazia tarefas domésticas, praticava caminhada e corrida, sem dificuldade.
Percebia nitidamente que a recuperação vinha evoluindo bem, como o esperado.
O processo de cicatrização progredindo, melhorando gradativamente dia a dia.
A maior dificuldade foi ganhar mais mobilidade e da força.
Percebia que já estava numa condição entre 70 e 80% do normal, mas a partir daí a evolução vai acontecendo de forma muito lenta.
Pra mim foi a fase mais chata da recuperação.
Se comparava de um dia para outro, não percebia diferença, mas de semana em semana, a evolução é perceptível.
É preciso ter paciência.
Os movimentos foram melhorando junto com minha força.
A fisioterapia é fundamental durante todo o tratamento.
Antes de me lesionar eu já dizia aos meus pacientes que 50% do tratamento dependia da cirurgia e os outros 50% da fisioterapia.
Comprovei isso, na prática.
Foi decisivo para recuperar o meu ombro realizar esta terapia com afinco e assiduidade.
A cada sessão notava a melhora, ganhava mais segurança nos movimentos.
Houve uma semana em que não pude comparecer.
Esta única falta interrompeu a evolução da mobilidade do meu ombro, até acho que regrediu um pouco.
Sei que há diferenças no processo de recuperação de cada paciente, mas é preciso reconhecer o papel fundamental do fisioterapeuta na reabilitação da cirurgia do ombro.
Valorizo ainda mais agora.
Após 6 meses de tratamento pós-operatório, eu recebi minha alta.
O tratamento demora, mas funciona.
Recuperei toda a mobilidade e força necessária para retornar às atividades de exigem mais esforço, seja no trabalho ou na prática esportiva.
Já voltei aos treinos de musculação e estou jogando tênis de campo.
Claro que com moderação.
Estou curado graças a Deus e às pessoas que ele colocou à frente do meu tratamento.
Espero que meu relato possa ter contribuído para tirar dúvidas e tranquilizar quem, como eu, vai ter que operar o manguito rotador do ombro.
Agradeço a todos, mas em especial aos cirurgiões que repararam o meu ombro, dr. Rubens e dr. Diogo, e ao fisioterapeuta dr. Fábio Fukahori.